Resistir à saudade de pilotar um carro de corrida não tem sido fácil, confesso. A tal Copa do Mundo no Brasil acabou forçando longas férias a quase todos os pilotos do território nacional. No meu caso, ela começou no dia 08 do mês passado, quando disputei a segunda etapa do Mercedes-Benz Challenge; e perdura até hoje. Um fato, entretanto, torna essas férias bem mais agradáveis para mim: saber que estou na liderança de dois dos principais campeonatos brasileiros de automobilismo da atualidade!
terça-feira, 15 de julho de 2014
domingo, 6 de julho de 2014
Piloto de férias
Não importa o destino. Um piloto de automobilismo, quando viaja de férias, acaba dando um jeito de matar a saudade da direção, nem que seja em um kart indoor. No meu caso, o palco das aventuras de férias foi a Costa do Descobrimento, no litoral da Bahia. Tendo minha namorada, Débora, na carona, me fazendo companhia, confesso que o veículo que foi nosso parceiro durante 2 dias não era lá um Bugatti. Quase isso: foi um Buggy!
Tive a idéia de alugar o possante já nos últimos dias de viagem, quando frequentar as praias mais próximas do hotel já era uma atividade rotineira e até enjoativa. Pela internet, pesquisei algumas locadoras e escolhi a que me parecia mais confiável - foi a locadora "40 Graus". Fui muito bem atendido pelo Jonas, que me convenceu a ficar com o carrinho durante os dois dias em que eu ainda estaria na cidade; e, alguns minutos após desligar o telefone, lá estava ele, já na porta do hotel: fui apresentado ao Buggy com mecânica de Fusca que, coincidentemente, levava a cor branca, a mesma do meu carro de rua. Muito empolgado, confesso que tive bastante dificuldade ao dirigir um carro bastante (bastante mesmo) diferente dos que eu estava acostumado. Com o tempo, entretando, fui me habituando ao modo de guiá-lo - mal podia esperar para acordar no dia seguinte e sair rumo às belas praias vizinhas.
Apesar de o odômetro no painel ter permanecido travado indicando 4365km rodados durante todo o passeio (tornando impossível, inclusive, o cálculo de quanto combustível eu tinha no tanque), calculei cerca de 150km dirigindo o carrinho. Ter alguns problemas ao guiar um veículo com mecânica um tanto quanto ultrapassada é completamente normal e já era esperado. O pedal da embreagem que por vezes não retornava, o câmbio que não segurava as marchas ao passar em trepidações e as "férias" - não posso chamar aquilo de folga - no volante desalinhado foram alguns dos que mais me incomodaram. De toda forma, o Buggy da minha cor preferida aguentou muito bem o tranco - nos levou de Porto Seguro até a Praia do Espelho, passando por Arraial D`Ajuda e Trancoso; e também a Santa Cruz de Cabrália, nos proporcionando sempre excelentes momentos! Até mesmo Débora se aventurou um pouco na direção e teve, naquele carrinho, seu primeiro contato com a embreagem.
Dois dias praticamente completos sentados nos bancos do "conversível", tomando sol durante a manhã, passando frio nos fins de tarde e, principalmente, levando solavancos da suspensão cansada nas muitas estradas de terra que enfrentamos foi um sofrimento que encaramos com bastante diversão. Até mesmo uma caixinha de som foi por nós incorporada ao Buggy e, tocando músicas animadas que por Débora eram escolhidas, ajudava a nos entreter ao longo do trajeto.
Fato é que, às 20h da Sexta-feira, horário previsto para entregar o Buggy, confesso: ainda implorei para ficar com o carrinho por mais algumas horas. Sim, sei que estou acostumado a pilotar carros dos sonhos, máquinas com mais de 300cv e alto desempenho em pista; mas que na hora de entregar a chave daquele pequeno com mecânica de Fusca bateu a dor no coração... ah, bateu sim!
quinta-feira, 26 de junho de 2014
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Rumo ao Brasil
Finalizando essa viagem marcante na
Alemanha, me lembro do ano marcante de 2013 em que recebi como prêmio essa
viagem. Muita gente trabalhou pesado para ganharmos 4 das 8 corridas disputadas
pelo Mercedes-Benz Grand Challenge. Gostaria de aproveitar o momento para
agradecer a todos pelo esforço e dedicação neste esporte de equipe, cada um tem
seu mérito e é merecedor desse prêmio. Hoje estamos juntos ainda, no caminho
certo, ocupando a liderança e em busca do título do Campeonato Brasileiro de
Turismo. Pau na máquina, Rsports e todos que me acompanham dentro e fora das
pistas, valeu demais!
domingo, 22 de junho de 2014
Chave de ouro
Nosso fim de
semana de AMG Driving Experience teve fim hoje, infelizmente. O último dia de
programa, entretanto, também foi marcado por excelentes experiências.
Não fomos para a
pista muito cedo neste Domingo, a fim de descansar um pouco após as longas
horas assistindo a prova ontem. Nosso transfer para o autódromo de Nurburgring,
juntamente com alguns funcionários da AMG, saiu do hotel por volta das 9h30.
Assim sendo, nossa chegada foi após as 10h; e nossa manhã foi dedicada a fazer
algumas compras, adquirir lembranças daquele solo sagrado do automobilismo
mundial para familiares e amigos.
Camisas, bonés,
adesivos e até macarrões com a forma da pista comprados, partimos para uma
atividade de diversão. Fomos - eu, Marcos Paioli, Márcio Campos e um americano
que também participava do programa - competir em karts amadores. O kartódromo
indoor nas dependências do autódromo nos impressionou - é pequeno, mas muito
bonito e bem organizado. Os karts são elétricos, com todas suas partes
completamente protegidas e equipados com cintos de segurança e até mesmo
dispositivos sonoros para acrescentar alguma emoção àqueles propulsores
silenciosos. Dependendo da situação, o diretor da prova pode até mesmo limitar
a potência de karts em específico para evitar acidentes ou quaisquer situações
indesejadas.
Na pista,
competimos em formato de treino, mas andamos próximos para ter algumas
disputas. Na primeira sessão de 10 minutos fui o mais rápido e cravei o 3º
melhor tempo da semana na pista. Na segunda, foi a vez de Márcio Campos (alguns
quilos mais leve que eu) fazer o melhor tempo, o 2º mais rápido da semana.
Encerramos a descontração poucos minutos antes do fim da corrida de 24h, que
ocorreu pontualmente às 4 da tarde.
Assistimos o
encerramento da prova no lounge da AMG, com vista privilegiada da linha de
chegada. Com os presentes na sala da divisão esportiva da Mercedes-Benz,
comemoramos os ótimos resultados da marca - 2º e 3º lugares na corrida, atrás
somente de um Audi R8. Enquanto os carros chegavam no local da premiação, nos
encaminhamos também para o pit lane e conseguimos, eu e Márcio, a primeira fila
na frente do pódio onde as equipes 3 primeiras colocadas recebiam seus troféus
e, claro, faziam festa após uma competição em que cruzar a linha de chegada já
é motivo de contentamento.
Terminada a
premiação, foi nossa vez de acelerar as máquinas - pudemos escolher um dos
carros disponíveis para pegar estrada e retornar à fábrica da AMG, onde nos
despedimos do programa. Quando as chaves dos carros chegaram até mim, eu só
tive duas opções: a SLK 55 AMG ou a A 45 AMG (escolha difícil!). Como eu já
havia guiado a SLK na volta pela pista, optei pelo novo carro 4x4 da marca
alemã, versão hatch do modelo que utilizamos nas corridas do Mercedes-Benz
Challenge aqui no Brasil. Assim como na ida, os 300 quilômetros se passaram
como se fossem metros - o que é justificável, uma vez que, em alguns trechos
sem limite de velocidade, atingimos 280km/h. Fato é que a viagem cumpriu muito
bem seu papel de representar uma bela despedida e deixar um gosto especial,
finalizando o fim de semana com chave de ouro!
Agora, novamente
em Stuttgart, já no hotel, me preparo para retornar ao Brasil. Na mala, além
das lembranças que comprei pela manhã, levo memórias inesquecíveis e o gosto de
ter experimentado momentos únicos na minha vida. O AMG Driving Experience foi sensacional!
Sábado intenso
Tão
intenso que nem mesmo tive tempo de escrever sobre minhas experiências, mas
faço hoje, com um pouco de atraso. E o dia começou, novamente, bem cedo, quando, terminado
o farto café da manhã alemão, pegamos as chaves das máquinas que nos levariam
até o circuito de Nurburgring. Como 2 grupos participam do AMG Driving Experience, hoje trocamos de carros com o outro grupo.
Para nosso grupo, assim sendo, foram disponibilizadas uma SLK 55 AMG, uma E 63 AMG e a SLS AMG GT conversível em que fomos para o autódromo eu e,
dirigindo, Márcio Campos.
Novamente,
belas paisagens marcaram o caminho de aproximadamente 40km que separam o hotel Steigenberger da pista. Outra presença marcante no
trajeto foi a do público, que já havia montado inúmeros acampamentos, alguns bem
elaborados, para alimentar o fanatismo e acompanhar bem de perto algumas curvas
nas 24h de prova no traçado histórico.
Chegando ao autódromo, estacionamos os carros e fomos guiados em direção ao lounge da AMG. No caminho, novamente fomos surpreendidos pela
grandiosidade do evento e estrutura do local: sobre o estacionamento,
encontramos um belo boulevard com algumas lojas e uma área coberta por
estandes de fábricas automotivas, marcas de pneus e outras empresas, exibindo
carros e simuladores naquela espécie de salão do automóvel.
Também muito estruturado era o lounge da AMG. Em um dos melhores pontos da pista, acima dos boxes, com visão de toda a reta principal, estava a sala rodeada de monitores, em que eram servidos comes e bebes a vontade para os clientes e convidados da marca. Ali ficamos enquanto não chegava a hora de realizarmos nossa primeira atividade do dia: a volta no traçado alemão.
Ainda na manhã pegamos os carros e fomos
encaminhados para o ponto de onde partiríamos para a volta na pista. Audi e BMW
também marcaram presença nesta atividade e apresentavam seus belos modelos
enquanto também esperavam o fim do treino livre. Muito bem localizados, atrás
do guard rail no fim da reta de mais de 2km do traçado antigo, fizemos filmagens e assistimos
mais de 1h de prática. Encerrada a sessão, foi nossa vez de guiar na pista de
mais de 20km e 86 curvas.
A bordo da SLK, com Márcio Campos de co-piloto, parti tendo a minha frente apenas o Safety Car e o A 45 AMG guiado pelo instrutor de pilotagem Norman Simons. Pelo retrovisor, via cerca de 15 carros dos sonhos da Mercedes-Benz com clientes e convidados da marca. Nossa volta de 15 minutos (completada em pouco mais de 8 pelos carros de corrida mais rápidos do evento) passou com rapidez inexplicável, em um piscar de olhos. O traçado, em que muitas voltas já completei em simulador, é idêntico ao virtual - muito estreito e com variações de relevo assustadoras. Também assustadora é a presença do público - são incontáveis barracas de acampamentos montadas ao longo dos mais de 20km, cheias de torcedores fanáticos que faziam churrascos enquanto assistiam nosso desfile. A emoção de guiar e identificar cada curva em uma pista de vasta importância para o automobilismo mundial foi indescritível.
Assim que encerramos nossa volta, quando retornamos para o lounge, já estavam sendo posicionados na reta principal os 165 carros (divididos em 3 categorias) que participaram do evento. Enquanto cada um encontrava sua posição no grid, o grande público se aglomerava na porta de acesso à pista a espera da abertura da "visitação", momento em que puderam chegar perto dos carros e pilotos. Iniciada essa atividade, desci por alguns minutos e fiz uma caminhada - bem complicada pela enorme quantidade de pessoas - pela reta onde, enquanto o público tirava suas fotos, motociclistas executavam manobras para entreter àqueles que ficaram nas arquibancadas.
No trajeto, encontrei os belos carros e alguns pilotos nada convencionais, trajando vestimentas de super heróis e máscaras. O público não ficou para trás na maluquice: muitos torcedores usavam bonés em formato de carros e até pneus de karts nas pernas, adereços bem incomuns.
Na parte da tarde, a AMG disponibilizou seus carros para os participantes do nosso programa que se interessassem guiarem livremente pelas estradas alemãs. Eu, Márcio Campos e Marcos Paioli, entretanto, preferimos ficar na pista (não arriscando a integridade das máquinas super esportivas) e acompanhamos do lounge a largada da tradicional prova. Passadas algumas voltas, uma van da organização nos levou para assistir a prova de alguns pontos diferentes da pista. Em um deles, dentro de uma área de acampamentos, havia uma espécie de filial do lounge da AMG, um pequeno motor home em que alguns convidados podiam assistir a corrida - pela televisão ou as 3 curvas da parte antiga visíveis daquele local - comendo hambúrgueres feitos na hora.
A última atividade do dia também foi muito
interessante. Acompanhados de um membro da organização e portando fones de
ouvido para escutar claramente todas as explicações que por ele eram dadas,
partimos, no fim de tarde (cerca de 20h, horário em que o Sol ainda estava no
céu), para uma visita aos bastidores da competição. Conhecemos o caminhão
oficial da AMG, onde estavam muito bem organizadas as peças de reposição para
os 3 carros da marca que participaram da competição; e os dois boxes (muito
movimentados, uma vez que cada espaço pequeno abriga 6 ou 7 times) em que as
equipes das SLS estavam instaladas. Durante a visita, ainda pudemos acompanhar
um bate-papo com dois pilotos que haviam acabado de finalizar seus stints e nos
contaram um pouco mais a respeito da prova de longa duração.
Finalizada a visita, ficamos livres no lounge para tomar o famoso chopp alemão
enquanto assistíamos a corrida, o jogo da seleção da Alemanha na Copa do Mundo
e, novamente, por bastante tempo, a corrida. Ficamos até de madrugada naquele
espaço, acompanhando a prova, por alguns momentos com a companhia até mesmo de
membros das equipes que lá passavam para fazer um lanche. Quando pegamos o
transfer para o hotel, encerrando o muito intenso dia, ainda havia, na
arquibancada da reta principal, cerca de 2 ou 3 mil espectadores - a população
européia, de fato, respira automobilismo!
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