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Assim como em São Paulo, tive a companhia do meu amigo Cristian Delfino - preparador da Rsports e que também auxilia a equipe J Star com a cronometragem de trechos da pista e transmissão das informações pelo rádio - na minha tarefa. Fomos juntos para um ponto alto do autódromo (a ponte que se tornou praticamente nossa casa no fim de semana) e ali começamos, juntos, a acompanhar os treinos da categoria, analisando o desempenho e o comportamento dos carros da J Star e utilizando os tempos dos setores para compará-los aos carros de outras equips.
Basicamente, os resultados obtidos nos treinos foram decepcionantes levando em conta a expectativa que tínhamos de brigar pela vitória novamente. Os carros não se comportaram bem nos primeiros contatos com a pista de Brasília, tinham baixo desempenho tanto em retas quanto nos contornos das curvas. No primeiro treino, Leandro Romera conseguiu a 8ª colocação e, Fernando Fortes, apenas a 14ª. No segundo e último treino livre, Romera terminou com a 12ª posição e Fortes repetiu o 14º lugar. Por fim, na Classificação, Romera conquistou a 13ª posição no grid de largada para a primeira corrida e, Fortes, novamente o 14º posto. Definitivamente não foi o resultado esperado por todos do time.
Para o Domingo, eu e Cristian dividimos nossas tarefas: Cris ficou no rádio com Leandro Romera e, eu, passando as informações para Fernando Fortes. A primeira corrida teve início bem cedo e, naquele momento, começou uma batalha dos pilotos da Jstar visando recuperar posições e conquistar boas colocações de largada para a segunda corrida, transmitida ao vivo pela TV Band. Romera e Fortes conseguiram impor um ritmo forte, desviar bem dos acidentes e, assim, realizando uma série de ultrapassagens, concluíram a corrida na 7ª e 8ª colocações, respectivamente. O clima de felicidade tomou conta da equipe Jstar, uma vez que, além de representarem bons resultados diante das circunstâncias, as posições de chegada dos pilotos garantiam a eles a primeira fila para a segunda bateria.
Destaque para a Jstar na transmissão da corrida - seus dois carros ocupavam as duas primeiras posições no grid da segunda bateria. Na largada, entretanto, Fortes não teve bom posicionamento e foi ultrapassado por alguns pilotos. Landro Romera assumiu a ponta da prova, que conseguiu manter por algum tempo, apesar da grande pressão imposta pelos adversários, que vinham em ritmo melhor. No meio da "bagunça", Fortes não conseguiu evitar um toque e teve sua corrida comprometida. Enquanto isso Romera brigava para defender sua posição: fora ultrapassado, ultrapassou novamente, evitou acidentes e, ao final da prova, cruzou a linha de chegada na segunda posição, resultado surpreendente!
A AvantGarde, além de contribuir financeiramente para que eu esteja na pista brigando pelo título em 2013, tem projetos muito interessantes de marketing conciliando a imagem do piloto e da competição ao princípio da empresa, que é uma revendedora de importados (inclusive da marca Mercedes-Benz). Acredito que esse trabalho trará benefícios mútuos e terá enorme importância ao divulgar as corridas em várias mídias. Nosso objetivo é criar uma torcida na região, que acompanhará continuamente minhas corridas e os resultados.
Antes da segunda bateria da categoria principal do final de semana, tivemos a primeira bateria daquela com o grid mais expressivo: quase 50 carros alinharam na reta Emerson Fittipaldi, em Interlagos, buscando a vitória no Paulista de Marcas e Pilotos. Em meio a tantos carros, na 15ª posição geral, largou o piloto que orientei durante todo o final de semana: Alexandre Papazissis, otimista após os excelentes resultados nos treinos livres. A corrida foi bastante movimentada - e não poderia ser diferente com esse número tão grande de carros com rendimento muito semelhante em pista. Foram diversas ultrapassagens, defesas de posição, acidentes, entradas do Safety-Car, relargadas confusas... sempre com o Corsa número 16 ocupando posições de ponta e recebendo informações pelo rádio vindas de minha parte. Alexandre cruzou a linha de chegada na 13ª posição geral, 9ª da categoria Super, um resultado muito bom e que confirmou a evolução do carro e do piloto no decorrer do final de semana.
Antes que eu pegasse estrada rumo a minha terra, ainda acompanhei, no rádio com o pole-position Leandro Romera, a segunda bateria da Copa Petrobrás de Marcas. Meu chefe de equipe segurou a ponta da prova no S do Senna. Após ajustes no carro para melhorar o desempenho do motor no interval entre as corridas, conseguiu dessa vez impor bom ritmo e abrir vantagem sobre o campeão de 2012 e vencedor da primeira bateria, Ricardo Maurício. Foram 18 voltas evitando a aproximação de Ricardinho até Romera cruzar a linha de chegada pela última vez e confirmar sua primeira vitória na categoria..jpeg)
Durante a premiação, comemorei junto com as equipes J Star e Rsports a vitória de Leandro Romera. Logo depois, entretanto, com um longo caminho a percorrer até chegar em Belo Horizonte, tive de ir embora e, portanto, não pude acompanhar a segunda corrida de Alexandre Papazissis no Paulista de Marcas e Pilotos. Ainda na estrada fiquei sabendo que um toque instantes depois da largada o tirou da corrida. De toda forma, a evolução do conjunto foi nítida e as próximas etapas ainda reservam muitas outras oportunidades para brigar pela vitória na categoria.
A equipe RSports tinha em seu box, desde a quinta-feira, um protótipo Spyder. O piloto do tal carro havia treinado naquele dia, mas não esteve presente no autódromo na sexta e, chegando hoje, recebi a notícia de que ele também não poderia ir no fim de semana e que o carro, assim sendo, estava disponível. O Spyder é um carro muito interessante, equipado com motor AP 2.0 e pneus slick, que eu já tinha intenção de pilotar um dia. Aproveitei a oportunidade, então, e confirmei que eu faria a Classificação e a primeira corrida da categoria Hot Car (mais conhecida como "Força-livre") no protótipo.
Antes disso, entretanto, tive meus compromissos no rádio. O primeiro deles foi orientar o piloto Alexandre Papazissis na Classificação do Paulista de Marcas e Pilotos. Não conseguimos encaixar os melhores trechos e fazer a volta ideal, mas Alexandre fez bom treino e colocou seu Corsa na 15ª posição geral dentre os quase 50 carros da categoria. Pouco tempo depois tiveram início os últimos treinos livres da Copa Petrobrás, no mesmo formato de ontem - os dois pilotos de cada equipe indo para a pista um em cada sessão - e repeti o trabalho que realizei no decorrer dos primeiros treinos, no rádio e na cronometragem e comparação de trechos. O resultado foi muito expressivo, nos indicando que estávamos no caminho certo para a Classificação que ocorreria mais tarde. Allam Khodair e Leandro Romera, os dois pilotos da J Star, finalizaram na 2ª e 5ª posições, respectivamente.
O último passo antes da minha corrida no Spyder foi a Classificação da Copa Petrobrás de Marcas. Dessa vez, o trabalho no rádio não foi significativo pois os pilotos precisavam se manter concentrados para executar tudo o que haviam planejado para essa sessão. Persistimos, eu e Cristian, entretanto, realizando a trechagem da pista a fim de coletar informações de comparação com os adversários. Novamente o resultado foi muito positivo para a J Star, que posicionou Allam Khodair e Leandro Romera - que enfrentou problemas de motor - na 2ª e 8ª colocações, respectivamente.
Para finalizar o Sábado, já quase anoitecendo, me assentei no Spyder para a primeira bateria da 3ª etapa da Hot Car. Minha posição de largada era a 4ª geral, 2ª da categoria Protótipos A. Fiz uma largada cautelosa, buscando encontrar meu espaço na pista para prosseguir com meu processo de adaptação ao carro. Eis que, no ápice da cautela, fui surpreendido com um ronco muito alto e com a passagem de um "dinossauro" do meu lado esquerdo em velocidade muito superior à minha - era um Opala equipado com motor V8 que atormentou minha vida durante grande parte da corrida. Os melhores momentos dessa irresponsável batalha entre um protótipo de 600kg e um monstro com mais que o dobro do seu peso estão registrados no vídeo abaixo. A propósito, terminei a prova na frente do Opala e de todos os Protótipos A, sendo o 3º colocado geral, 1º na minha categoria.
Para o segundo treino, Alexandre já estava na pista. Ciente do enorme potencial do Corsa após as voltas que dei no carro, decidi auxiliar o piloto a melhorar seu desempenho dando dicas de pilotagem e traçado e, assim, colocar o número 16 da Rsports nas primeiras posições. O trabalho começou com a análise das câmeras onboard de treinos anteriores. Com isso, já pude detectar o que mais precisava ser alterado em termos de pilotagem e de acerto do carro. Uma vez iniciado o treino, fui para um ponto alto do autódromo e o trabalho teve continuidade com a divisão e cronometragem das voltas em setores e transmissão das informações e orientações via rádio. Me ajudou nessa tarefa, analisando um ponto da pista que não estava no meu campo de visão, Cristian, preparador recentemente contratado pela Rsports que entende muito de automobilismo e, assim como todos os outros integrantes da equipe, já se tornou um amigo. Dessa forma foi possível detectar mais precisamente os erros e ver o reflexo das mudanças no tempo de volta. A evolução foi constante no decorrer do treino e, na última volta, Alexandre cravou 2:05.5, tempo cerca de 2 segundos mais rápido que a marca dele no dia anterior e que o colocou no top 10, em 9º lugar geral e 7º da categoria Super.
Fim dos treinos de Marcas e Pilotos, início dos treinos da Copa Petrobrás de Marcas. Tive o imenso prazer de não só acompanhar os belos carros da categoria acelerando em Interlagos, mas também de ajudar a equipe J Star, em que corre meu chefe de equipe Leandro Romera, fazendo um trabalho bem semelhante ao que fiz com Alexandre Papazissis no rádio - novamente, Cristian me ajudou nessa tarefa. Os treinos da Copa Petrobrás são divididos em duas partes e os pilotos são divididos em dois grupos, sendo que dois pilotos da mesma equipe vão à pista um em cada treino. Inicialmente, fiquei no rádio com Romera, passando para ele curva por curva os reflexos dos seus testes na pista, como refletiam no tempo de volta. Ele colocou o Cruze número 88 na 10ª posição. Na segunda parte do treino, foi a vez de Allam Khodair, que é piloto de ponta também na Stock Car, fazer suas voltas rápidas. Novamente fui passando os tempos dos trechos, dessa vez para Celso Jordão, chefe da equipe J Star, que transmitia as informações para o piloto. O trabalho novamente teve resultado e Khodair posicionou seu Cruze número 18 em 8º lugar.
Chegando ao autódromo, hoje pela manhã, me deparei com essa aí do lado, minha C 250 Turbo para a temporada 2013, a mesma pilotada por Beto Santos e Alexandre Papazissis na temporada passada. Hoje ela parecia o Frankstein, mas o que importa é que todos os integrantes da RSports se esforçaram muito e revisaram toda a parte mecânica a tempo, garantindo um excelente desempenho apesar da estranha aparência. Ajustes de banco, cinto e lá estava eu na pista saciando a vontade de pilotar aquela máquina. Tivemos, nas 3 sessões de treino que realizamos, a oportunidade de testar alguns acertos diferentes, percebendo a reação do carro a cada um deles e, assim, nos preparando melhor para as diferentes condições que poderemos enfrentar no decorrer do ano. Além disso, o treino foi de suma importância pois pudemos detectar problemas eletrônicos no carro: o "módulo de segurança" foi acionado por várias vezes durante as voltas, cortando parte da potência do motor. Felizmente, ainda teremos quase um mês até a abertura do campeonato, prazo suficiente para providenciar as medidas necessárias e, assim, solucionar as deficiências..jpg)
Ainda hoje, no último treino livre, testei um outro veículo: após cerca de 6 meses sem pilotar um carro de Marcas e Pilotos em Interlagos, guiei o Chevrolet Corsa número 16 da equipe Rsports. Foram apenas 3 voltas completadas com o objetivo de sentir o comportamento do veículo e contribuir para o seu desenvolvimento. Foi um tempo muito curto na pista, o carro não tinha o acerto ideal e o tanque de combustível vazio motivou "faltas" na parte mais travada do traçado, mas mesmo assim completei minha volta mais rápida em 2:05.2, tempo que considero muito bom nas condições de pista daquele momento e pelo que viravam os adversários.